Uma informação que deve despertar a atenção dos gestores e, principalmente, dos secretários municipais de saúde.
Uma pesquisa recém divulgada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) reforça a preocupação com a baixa cobertura de vacinação infantil no Brasil. Pelo quinto ano consecutivo, o país segue abaixo da meta de imunização. A entidade avaliou as 13 vacinas preconizadas no calendário nacional para crianças de até 5 anos e, no período de 2019 a 2023, somente a vacina BCG alcançou a meta e apenas em 2022. A baixa cobertura vacinal, acentuada durante a pandemia de Covid-19, continua.
Para tanto a entidade alerta para a urgência da União articular e investir em ações e campanhas educativas, que são atribuições federais. Para tanto “não basta comprar os imunizantes e distribuir nem confiar no histórico do país de boa adesão à vacinação. A ação de informar e educar a população precisa ser feita de maneira permanente”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
Na comparação de 2013 com 2023, a média da cobertura de todas as vacinas analisadas caiu de 83,8% para 66,2%. Isso representa uma queda de 17,6% nos últimos dez anos. Desde 2016, observa-se o início de uma sequência de quedas das coberturas vacinais de rotina, fator determinante para a reintrodução dos casos de sarampo no Brasil a partir de 2018. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está desde 2017 com cobertura abaixo da meta de 95%, com o pior desempenho registrado em 2021 (73,50%).
O cenário alarmante apresenta um risco de retorno de doenças, como a paralisia infantil (poliomielite). O índice de imunização de 2023 contra a doença ficou 10% abaixo da meta de 95%. O pior resultado, na série histórica desde 2009, ocorreu em 2021, com cobertura de apenas 71%. Vale relembrar que, em pesquisa realizada pela CNM em março e abril de 2024, com a participação de 3.044 Municípios, 67% (2.045) Municípios apontaram a baixa conscientização da população sobre a importância da vacinação como o maior desafio para alcançar as coberturas vacinais adequadas.
A tendência de queda se confirma em outras vacinas. A meningocócica (contra meningite C) e a pentavalente, indicada para prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche, têm coberturas abaixo da meta desde 2017 e 2016, respectivamente.
Já a vacina BCG, apesar de ter sido a única das 13 vacinas preconizadas no calendário nacional para crianças de até 5 anos que alcançou a meta em algum momento dos últimos cinco anos, apresenta sinais de alerta desde 2016, com variações da cobertura. Em 2009, o índice de cobertura era 108,7%, mas caiu a 77,5% em 2023.
Veja o estudo na íntegra:
https://cnm.org.br/comunicacao/noticias/vacinacao-infantil-chega-ao-quinto-ano-seguido-abaixo-da-meta-20240722
Assessoria de Comunicação da AGM
Fonte: CNM