Presidentes de entidades municipalistas serão recebidos amanhã (12/7), às 9 horas, pelo presidente interino Michel Temer e pelo ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em Brasília. 20 líderes já confirmaram presença no encontro que vai debater, principalmente, a grave crise financeira vivida pelos municípios brasileiros. ?Não fomos nós, prefeitos, que demos causa a essa crise, foi o Governo Federal. O que falta é dinheiro, não é gestão. No Governo Federal, sim, sobra dinheiro e falta gestão?, disse o presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Cleudes Baré Bernardes, que participará da reunião.
O presidente da entidade goiana disse que os representantes dos municípios esperam receber o mesmo tratamento que os governadores receberam. ?A renegociação da dívida foi um fôlego para as contas dos Estados e nós também queremos um encontro de contas?, afirmou. ?Os prefeitos fizemos o dever de casa, pouparam, cortaram despesas, comissionados, reduziram o expediente e tantas ações, mas nada foi suficiente para acabar com a crise, porque enquanto os municípios cortavam o Governo Federal criava programas e responsabilidades para os municípios, como Samu, transporte escolar, merenda, PAC Saúde, PAC Educação, piso salarial e uma série de compromissos que os prefeitos tiveram que arcar, prejudicando assim os serviços básicos e colocando fim a novos investimentos?, argumentou.
Um dos aspectos discutidos na reunião de amanhã será a revisão do Pacto Federativo, uma das promessas do governo Temer. ?Se continuarmos assim, cerca de 87% dos prefeitos vão terminar seus mandatos com a ficha suja por terem que arcar com despesas que não foram criadas por ele. Isso seria uma grande injustiça?.
Os municipalistas também querem que parte da multa aplicada na repatriação de recursos brasileiros depositados no exterior seja destinada aos municípios, como previa a Lei de Repatriação de Dinheiro, que foi vetada por Dilma Rousseff. ?Não vamos admitir. Isso é o mesmo que enfiar o garfo no dinheiro dos municípios. Não podemos continuar sendo tratados com o ?patinho feio?, como a plebe?.
Baré questinou ainda aumentos fornecidos ao Poder Judiciário e o reajuste no Programa Bolsa Família no momento em que os municípios padecem e não têm dinheiro sequer para os remédios de seus munícipes. ?Os municípios estão vivendo com as migalhas. Os municípios geram as riquezas e mandam para o Governo Federal, mas recebe de volta a menor fatia. Isso precisa mudar?, conclui.
Klau Bueno – Assessoria de Comunicação da AGM