Desde novembro do ano passado o Governo do Estado coloca em prática a ação ?Goiás contra o Aedes? que envolve inúmeros participantes. Dentre eles as prefeituras, o Corpo de Bombeiros, a população, entidades e representantes da sociedade organizada e inúmeros outros. Naquela ocasião a situação no estado, a exemplo de quase todo o país, era considerada crítica com um alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypt, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya. Mais de 100 municípios apresentavam um índice de infestação superior a 4%, considerado muito alto. Existiam focos em todos os 246 municípios goianos.
Já em fevereiro desse ano surgiram os primeiros resultados positivos devido as ações adotadas. Em abril não mais havia município com índice de infestação acima de 4%. Em maio, sete municípios conseguiram ficar livres da presença do mosquito transmissor e em junho esse número chegou a 30 municípios.
E como reconhecimento dos trabalhos realizados por eles e, principalmente, os resultados obtidos, na manhã dessa quarta-feira (31) todos eles foram premiados com o certificado ? Aedes Zero?. A solenidade aconteceu no auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira e foi presidida pelo governador Marconi Perillo. O evento foi prestigiado por inúmeras autoridades representando o Ministério da Saúde, a Funasa, Assembleia Legislativa, o secretário estadual da saúde Leonardo Vilela, o presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Cleudes Baré e inúmeros prefeitos.
Os 30 municípios que conseguiram o êxito de 0% de infestação são: Aloândia, Alto Horizonte, Americano do Brasil, Anhanguera, Avelinópolis, Brazabrantes, Buriti de Goiás, Campestre de Goiás, Campinorte, Campo Limpo de Goiás, Caturaí, Chapadão do Céu, Córrego do Ouro, Doverlândia, Edéia, Gameleira de Goiás, Guaraíta, Jesúpolis, Moiporá, Morro Agudo de Goiás, Nova América, Pilar de Goiás, Pontalina, Porteirão, Sanclerlândia, Santa Rosa de Goiás, Tuverlândia, Turvânia, Vicentinópolis e São Patrício. Eles também receberam incentivos financeiros, totalizando R$ 319.052,85, distribuídos proporcionalmente a sua população.
O governador Marconi Perillo destacou a importância das participações dos prefeitos, dos secretários municipais de saúde e de toda a comunidade na obtenção do sucesso do trabalho. ?Goiás conseguiu somar o esforço humano e a tecnologia na execução dessa ação que passou a ser referência em todo o país. O próprio Ministério da Saúde elogiou o nosso trabalho?, salientou.
Ao falar em nome dos municípios, o presidente da AGM, Cleudes Baré, também reconheceu o trabalho das administrações municipais. Segundo ele, o fato de 30 municípios conseguirem ?zerar? os focos do mosquito é motivo para se comemorar. Mas citou um outro fator muito importante: nos 216 outros municípios o índice de infestação está abaixo de 1%. ?Estamos no caminho certo, mas não podemos nos descuidar. Vamos manter todas ações e, se possível, intensifica-las?, salientou. Baré também frisou que os municípios estão se esforçando ao máximo no combate ao problema ?num momento de muitas dificuldades financeiras. Hoje todos os municípios goianos não destinam menos de 23% de seus orçamentos ao setor de saúde e, às vezes, ainda são insuficientes para um atendimento ideal.
Já o secretário da saúde, Leonardo Vilela, conclamou a todos para que não deixem o trabalho se interromper ou diminuir de ritmo. Destacou que 2016 é o ano com menor incidência de focos do Aedes nos últimos quatro anos. ?Hoje todos os domicílios no estado estão georeferenciados e temos condições de identificar rapidamente a localização dos focos?, destacou. Outra informação considerada importante pelo secretário é o fato de que o número de casos de dengue comunicados à central de controle caiu muito e hoje gira em torno de 150 casos por semana em todo o estado.
Destaque nacional
O bom desempenho da força-tarefa ?Goiás contra o Aedes? fez com que a ação se tornasse referência no País. A metodologia aplicada na execução da operação, que tem como princípios básicos a regularidade na remoção dos focos, mobilização e conscientização da população e o uso do sistema de georeferenciamento e monitoramento dos dados, foi elogiada pelo então ministro da Saúde, Marcelo de Castro, e por gestores de outros Estados. Equipes do MS vieram ao Conecta SUS, da SES-GO, de onde é monitorado, em tempo real, o trabalho de eliminação dos focos.