Dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher – data para se comemorar, lamentar ou alertar? A data é celebrada em todo o mundo, mas ao invés
de se aproveitar apenas para comemorar as conquistas obtidas, que estão bem aquém do ideal, serve de alerta à toda sociedade. A
realidade é que as mulheres ainda não ocupam os seus espaços a que têm direito: na política, no trabalho e em outros segmentos da sociedade.
A violência contra a mulher é uma realidade repudiável e que, não só persiste, mas está em franco crescimento no país. Nesse dia de tantas
homenagens também deve ser uma ocasião para se refletir sobre o cotidiano violento, desigual e injusto ainda enfrentado pelas
mulheres.
E aproveitando a data a Associação Goiana de Municípios (AGM) parabeniza todas as prefeitas, vereadoras, parlamentares, enfim, todas
as mulheres goianas num gesto de reconhecimento.
Atualmente, as mulheres brasileiras atuam em todas as profissões, e não mais apenas naquelas consideradas “ofícios femininos”, como as
ocupações de professoras, secretárias ou babás. Já temos mulheres nas Forças Armadas, dirigindo caminhões e ônibus, atuando como
engenheiras, juízas, cientistas, parlamentares, enfim, em todas as áreas do mundo do trabalho.
Mas, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), embora elas sejam maioria no mercado de trabalho, o rendimento
delas ainda representa, em média, 75% dos rendimentos deles. E olha que as mulheres já são as chefes de 30% dos lares brasileiros, também
de acordo com dados do IBGE.
Ampliar a participação política das mulheres é outra questão. Na atual legislatura, que teve início dia 1º de fevereiro último, a Câmara de
Deputados passou a contar com 77 parlamentares do sexo feminino; e o Senado, com 12 senadoras. Em ambas as Casas, as mulheres ocupam cerca
de 15% das cadeiras. Dar mais vez e voz às mulheres nos Parlamentos, tantos nacionais quanto estaduais e municipais, é outro grande desafio
a ser vencido. Sem falar no aumento da ocupação de cargos executivos.
Violência
Um dos principais problemas que afetam as mulheres brasileiras nos dias atuais é o crescimento alarmante dos índices de feminicídio. O
crime de assassinato “por discriminação à situação da mulher” é considerado hediondo e está previsto na Lei 13.104/2015. Entretanto,
nem esta medida foi capaz de coibir o grande número de casos de assassinato de mulheres por maridos e companheiros registrado nos
últimos anos. O Brasil já ocupa o quinto lugar no ranking mundial do feminicídio.
Questões como estas – remuneração inferior no mercado de trabalho, participação reduzida nos cargos políticos, altos índices de casos de
feminicídio – precisam entrar definitivamente na pauta dos assuntos nacionais. Isso para que toda a sociedade brasileira busque soluções e
os governos implementem políticas públicas que de fato possam resolver, ou pelo menos minimizar, esses graves problemas.
Assessoria de Comunicação da AGM
8 mar 2019 em AGM