Diferentemente da saúde e da educação, as quais os municípios também têm responsabilidades na gestão, o setor da segurança pública, constitucionalmente, cabe aos Estados e a União. Mas, na prática, o combate à criminalidade deve ser um dever de todos: dos poderes públicos, das entidades e da população. Somente com as participações de todos é que se pode obter resultados positivos.
Atualmente a segurança do cidadão é uma das principais preocupações da população e dos municípios brasileiros. Constantemente os prefeitos recebem reivindicações para que atuem junto aos órgãos responsáveis no sentido de melhorar o aparato policial.
Trabalhando nessa direção o presidente da Associação Goiana de Municípios (AGM), Paulo Sérgio de Rezende (Paulinho) recebeu na sede da entidade as visitas de representantes do Sindicato dos Delegados da Policia Civil do Estado de Goiás (Sindepol), da União Goiana dos Policiais Civis (UGOPOCI) e da Associação dos Papiloscopistas (APEGO) ocasião em que discutiram o trabalho desenvolvido hoje pela Policia Civil.
O principal objetivo da audiência, segundo a presidente do Sindepol, Silvana Nunes Ferreira, foi o de solicitar apoio da AGM no sentido se promover a contratação de mais policiais civis através da realização de concursos públicos.
Argumenta a delegada que existe atualmente uma defasagem muito grande no número de policiais civis, em todas as funções, o que reflete diretamente no serviço prestado à população. Cita que em 2009 a população de Goiás era de 6.003.788 habitantes e um efetivo de 3.247 policiais civis em atividades com uma proporção de 54 policiais para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2017 a população aumentou para 6.778.772 habitantes e com um efetivo de 3.295 policiais com 49 policiais por grupo de 100 mil habitantes. Portanto, afirma ela, ?houve uma redução sensível?.
Segundo dados estatísticos apresentados pelas entidades Goiás ocupa hoje a 19ª posição dentre os 27 estados brasileiros na proporção de policiais civis por habitantes. Outros dados: 66% dos municípios no estado (162) ainda não possuem delegados de polícia enquanto que em outros 42% (104 municípios) não dispõem de agente e/ou escrivães da Policia Civil.
O presidente da UGOPOCI, José Virgílio Dias, diz que é importante a realização de novos concursos para o preenchimento de cargos, muitos deles vagos devido a pedidos de aposentadorias. ?Um dos problemas é a sobrecarga de trabalho do policial e a qualidade do serviço prestado. O excesso de atividade provoca o estresse e dificulta as investigações?, argumenta.
O presidente da AGM, prefeito Paulinho, de pronto, se comprometeu em integrar essa luta. ?Nós prefeitos e a AGM temos o maior interesse em contribuir para a melhoria da segurança. Hoje esse é um dos principais problemas reclamados pela população. E é bom deixar claro que o problema ocorre em todo o Brasil. Pessoalmente, vou me empenhar junto ao governador Marconi Perillo. Ele é sensível as causas da população e tem demonstrado sua preocupação com o combate à criminalidade?, salientou.
Paulinho também falou da contribuição que hoje as prefeituras dão ao estado nesse setor, mesmo com as enormes dificuldades financeiras que enfrentam, através da cessão de imóveis para o funcionamento de delegacias, reforma de viaturas, alimentação e pagamento de horas extras para policiais militares.
23 jun 2017 em AGM