Na manhã dessa quarta-feira (18) uma comissão de mobilização visitou a Associação Goiana de Municípios (AGM), quando se reuniu com o presidente da entidade Cleudes Baré Bernardes. Participaram representantes da Secretaria Estadual da Saúde, Conselho Estadual de Saúde, Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), e Conselho Municipal de Saúde de Goiânia. Na ocasião foram apresentados detalhes de como vai ocorrer a mobilização e solicitado o empenho da associação nesse sentido junto aos municípios. Cleudes Baré afirmou que ?a AGM não só vai aderir ao movimento, mas vai suar a camisa?.
Para tanto a AGM está convocando os prefeitos e secretários municipais de saúde para que participem da mobilização, organizando caravanas em suas cidades. O presidente da entidade Cleudes Baré Bernardes ressalta que hoje os municípios já encontram enormes dificuldades no setor de saúde e a situação, ao que tudo indica, segundo informações oficiais do próprio Governo Federal, vai piorar no ano que vem. Isso porque, dentro da política de cortes do orçamento, já se prevê a redução de recursos da ordem de R$ 16,6 bilhões de reais. Para esse ano os cortes vão atingir a R$ 5 bilhões. ?Não podemos nos calar diante dessa grave situação uma vez que todos já sabem que os problemas na saúde pública vão aumentar, prejudicando ainda mais a população de baixo poder aquisitivo?, salientou Baré.
Problema esse que já será sentido a partir dos próximos dias. A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) informou que, a partir do próximo dia 20, sexta feira, os leitos destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) serão reduzidos pela metade em oito unidades em Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia. O motivo, segundo o órgão, é a crise financeira agravada pela falta de recebimento de recursos públicos.
De acordo com o presidente da Ahpaceg, Haikal Helou, os hospitais particulares firmam convênios para que os pacientes do SUS possam receber o atendimento especializado, mas há sete meses as unidades estão sem receber parte dos valores de diárias de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Ainda segundo ele, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, informou que a fatura dos serviços prestados, que deveria ser paga até dezembro, só será quitada em janeiro do ano que vem.
A presidente do Cosems, Gercilene Ferreira, destacou a importância das participações dos prefeitos, dos secretários municipais de saúde e de representantes na mobilização.
Mobilização
No próximo dia 1º haverá uma concentração dos participantes goianos a partir das sete horas da manhã no estacionamento do estádio Serra Dourada, de onde os ônibus partirão para Brasília. Segundo os organizadores da mobilização é importante as participações não só de representantes de entidades, mas da população em geral, que é a mais atingida pela crise no setor. Os interessados em participar já podem se inscrever pelos sites www.saude.go.gov.br ou www.sindsaude.com.br.
Participam da coordenação do movimento em Goiás o Conselho Estadual de Saúde, Conselho de Secretários Municipais de Saúde, Sindsaude, Associação de Hospitais de Alta Complexidade, CUT, Associação dos Hospitais do Estado de Goiás e Secretaria Estadual de Saúde.
A Associação Goiana de Municípios apoia o movimento e realiza um trabalho de mobilização junto aos gestores no sentido de se garantir uma grande participação de municípios goianos na manifestação.
Nessa quarta-feira o presidente da AGM, Cleudes Baré, recebe na sede da entidade a visita de uma comissão da coordenação do movimento para tratar do assunto e definir estratégias de mobilização.